Shanghai

Shanghai (palavra que signfica “Cidade no Mar”) começou sua história com uma pequena vila de pescadores. Devido sua posição geográfica no Delta do Rio Yangzi, foi se tornando uma potência devido ao porto onde muitos tipos de produto eram comercializados, incluindo o ópio, que levou a uma guerra. Após essa guerra, os britânicos fizeram um acordo que levaram a cidade a abrir as portas para estrangeiros.

Com influências de colônias britânicas, francesas e americanas na cultura, arquitetura e na sociedade em geral, hoje Shanghai é a maior cidade da China. Possui a quarta maior área metropolitana do mundo, ficando atrás apenas de Tóquio, Jacarta e Cairo. Extremamente cosmopolita, é o centro econômico e cultural do país.

Eu particularmente encontrei diversas semelhanças entre Shanghai e Nova York: muitas luzes e diversos arranha-céus na margem oposta do Rio Huangpu, um touro de bronze igual ao de Wall Street, muitas grifes e restaurantes diferenciados.

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A vibrante cidade de Shanghai

DE GUILIN A SHANGHAI

Foram aproximadamente 2h30 de voo na Shanghai Airlines entre Guilin e Shanghai. Como disse no post de Guilin, nosso voo atrasou muitas horas por causa do tempo que estava ruim, e acabamos perdendo um dia inteiro em Shanghai. Mas em questão de chegar na cidade mais importante da China, há diversas opções de trem e avião. O transporte na cidade é simples também pois há linhas de metrô com estações sempre próximas aos pontos turísticos.

O HOSTEL

Os hostels em Shanghai tem um preço mais alto que as outras cidades que passamos. Ficamos no Mingtown People’s Square Youth Hostel. O quarto do hostel não tem nada especial – acho que poderia ser mais limpo até. As vantagens: boa estrutura e restaurante com excelente café da manhã e localização: fica a três quarteirões da estação Dashijie do metrô e é possível caminhar do hostel para algumas das principais atrações da cidade, das quais vamos falar agora!

THE BUND

A palavra Bund significa cais aterrado segundo a Wiki. Muitos acreditam que a área é um museu a céu aberto, pois há construções de diversos estilos em seu entorno. À beira do Rio Huangpu e com vista para a área de Pudong, é o cartão postal de Shanghai. Aqui é possível procurar também passeios como cruzeiros no Rio Huangpu.

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Mapa do Bund – Site: China Highlights

É andando no Bund que você vai encontrar o touro de bronze igual ao de Wall Street 🙂

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YU YUAN GARDEN

Yuyu Garden significa Jardim da Felicidade. Foi construído durante a dinastia Ming, há mais de 400 anos. São 20 mil metros quadrados para explorar, onde você pode conhecer os jardins, a arquitetura chinesa, e obras de arte como esculturas. Há uma área comercial bem forte ao redor do parque, onde você encontra roupas e souvenirs a um preço bem acessível.

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NANJING ROAD

Uma rua para pedestre como se fosse a 5a Avenida de Shanghai. É um lugar bem movimentado cheio de luzes, restaurantes, lojas e, como sempre, você provavelmente vai ver as senhorinhas chinesas dançando em seus passos sincronizados. Do hostel era possível ir andando até esta rua.

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ZHUJIAJIAO

Em Shanghai há diversas cidades antigas que foram construídas à beira da água. É o caso de Zhujiajiao. Você pode chegar lá à pé ou com barco. As ruas são bem apertadas e cheias de gente querendo conhecer as lojas, provar comidas exóticas e conhecer um pouco da cultura local. Uma coisa que eu amei aqui em Zhujiajiao é que tem uma rua específica onde você pode se vestir com roupas tradicionais chinesas e fazer um ensaio fotográfico. A produção não é cobrada, apenas as fotos que você quiser levar: cada uma por ¥10.

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Outras cidades do mesmo estilo que você pode visitar são: Qibao, Luzhi, Zhouzhuang, Xitang, Tongli, Nanxun, Wuzhen e Suzhou. Veja mais aqui no China Highlights.

Há muitas outras atrações em Shanghai: museus, shows tradicionais, circos, restaurante no topo da torre da Pearl TV com vista panorâmica e até um passeio na Disney deles. Aqui também é o melhor lugar para fazer compras: se informe no hostel onde as coisas são mais baratas. Fomos em um lugar que eu esqueci o nome, mas meus amigos compraram drones por ¥120.

Nossa viagem na China se encerrou aqui em Shanghai. Certamente essa foi a viagem mais memorável que eu fiz. Conheci de perto uma cultura milenar, vi lugares magníficos tanto em questões de construções como de natureza, aprendi a tomar chá e a simpatia dos locais me fez mudar alguns preconceitos que eu tinha com o povo em geral. Eu voltaria para a China novamente para conhecer tantos outros lugares maravilhosos que eles tem e com a mente aberta que não preciso me preocupar tanto com a língua pois a gente sempre dá um jeito de se comunicar. E é por isso, meus amigos, que eu reforço: é melhor a experiência do que coisas materiais pois ninguém pode tirar de você o que você viveu.

Guilin

Cenário do filme “O Despertar de uma Paixão”, a cidade de Guilin é um dos destinos mais visitados da China por suas belas paisagens. O clima subtropical favorece a visitação por todo o ano, porém eles mesmos recomendam o período de abril a outubro como o ideal. Foi a cidade mais quente que passamos na China e como o clima é muito úmido, pode cansar mais nas caminhadas ao decorrer do dia.

Aqui as recomendações eram sempre de “cuidado com os trapaceiros”. Aparentemente são aplicados os mais diversos golpes a quem visita a cidade, que basicamente vive de turismo. Com isso em mente, vamos ao que interessa.

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Guilin à noite – Foto de Márcio Rocha

DE ZHANGJIAJIE A GUILIN

Pegamos um trem de Zhangjiajie a Changsha que custou ¥169 e durou 5h de viagem. Em Changsha pegamos outro trem à Guilin, que custou ¥443 e durou 3h de viagem. Este trem é mais caro pois é do tipo de alta velocidade.

O HOSTEL

O Green Forest Hostel não é distante da estação de trem de Guilin e é em um centro comercial. Na região há diversos restaurantes, lojas e bares. Tudo fácil acesso. Há quartos com ar condicionado, um item importante considerando o clima quente e úmido de Guilin. Não está incluso na diária é oferecido um excelente café da manhã. Eles agendam passeios para praticamente todas as atrações da cidade.

MONTE DA TROMBA DE ELEFANTE

Bem próximo ao hostel fica uma dos lugares mais visitados de Guilin: o monte da tromba de elefante (Elephant Trunk Hill). Possui este nome pelo formato da monte e da pedra. É necessário pagar um valor para entrar, mas esqueci quanto era. Na área externa, há um parque onde podemos observar chineses praticando o Tai Chi Chuan e também algumas senhoras chinesas dançando músicas populares. Elas são muito mais sincronizadas do que eu e minhas amigas jogando Just Dance, dá gosto de ver!

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Monte da Tromba de Elefante – Foto: China Tour Guide

CAVERNA DA FLAUTA DE BAMBU

A caverna da flauta de bambu (Reed Flute Cave) não é muito grande, e a beleza dela é o jogo de luzes coloridas que eles colocam nas estalagmites e estalactites. Durante a visita, que é guiada, é projetado um filme no teto contando sobre uma antiga lenda chinesa. Também há um número de um casal de bailarinos.

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CRUZEIRO NO RIO LI

Esta é a principal atração de Guilin: um cruzeiro no Rio Li. São pequenas embarcações que navegam por parte do Rio Li, passando por uma paisagem pitoresca. Aqui é um lugar tão famoso na China que diversos casais viajam até lá para fazer ensaios fotográficos de casamento.

Durante a visita, é mostrado um antigo método de pesca na China, que segundo o guia está acabando porque muitas famílias estão se mudando do campo para as grandes cidades à procura de trabalho. No processo, uma ave chamada “Cormorant” que segundo o Google,  é Cormorão em português, mergulha no Rio e pega o peixe. Depois o pescador retira o peixe da ave, pois eles colocam um anel no pescoço delas para evitar que engulam. Achei um pouco ruim ver o animal preso no barco e com o anel no pescoço, mas eles juram que o pássaro é recompensado depois. Bem, quem sou eu para me intrometer em uma tradição milenar chinesa?

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Existe uma pequena área comercial próximo ao local onde as embarcações para o cruzeiro ficam. Ali, você pode comprar comida pronta, frutas, artesanato. Quando fomos o único banheiro público que tinha era horroroso. Não havia portas, o chão parecia que alguém tinha feito cocô e espalhado por todo o chão, sem papel, sem nada. Por isso, caso esteja assim ainda, evite tomar muito líquido para aguentar até voltar para a cidade. Ou faça no meio do mato que é melhor.

TERRAÇOS DE ARROZ

As vilas de Longsheng possuem diversas etnias que por gerações cultivam um dos produtos mais consumidos na China, o arroz. A gente só passou por alguns terraços de arroz, mas não fez nenhuma visita guiada. Há pessoas que decidem ficar hospedadas na área das vilas pois além da maravilhosa paisagem, cada etnia possui dialetos e tradições diferentes, incluindo vestimentas, comidas e festivais. Caso sua opção seja essa, lembre-se que devido ao clima chuvas fortes podem ocorrer e a energia elétrica pode ser interrompida.

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Terraços de Arroz em Longsheng – Foto de China Tour Guide

A passagem pela simpática Guilin foi muito boa. Para quem deseja conhecer a vida rural na China, Guilin é o local ideal. Infelizmente quando estávamos indo embora o tempo ficou ruim e acabou atrasando por muitas horas nosso voo para o último destino do mochilão na China: Shangai, história do próximo post. Até lá!

Zhangjiajie

Ah, Zhangjiajie! A cidade pela qual me apaixonei à primeira vista, por fotos, e que não me decepcionou. Para encaixar esta cidade no roteiro, deu um pouco de trabalho: o acesso a ela não é tão simples. Ainda bem que não desistimos. Aliás, por aqui é muito difícil ver um viajante ocidental – a maioria dos visitantes são chineses e outros orientais. Acabou que também viramos atração turística para eles. Recebi muitas perguntas sobre o local no Trip Advisor, então vamos aos detalhes de como chegar lá e do que fazer.

DE XIAN A ZHANGJIAJIE

Pegamos um voo de 1h30 de Xian a Changsha. Passamos a noite em um hostel e no outro dia pegamos o primeiro trem de Changsha a Zhangjiajie. Este trajeto levou aproximadamente 5h. Valor: ¥85.

Mesmo sendo uma cidade com muito verde e muita floresta, a estrutura de Zhangjiajie é excelente. No centro há diversos restaurantes (tem até Mc Donald’s pra quem estiver cansado de macarrão e doces de feijão). O transporte público é bom e barato, só tem um problema: os ônibus param de circular aproximadamente às 20h. Se passar deste horário, procure um táxi!

O HOSTEL

Nós ficamos no Tu Niu Hostel(Biao Zhi Men) – não encontrei o link do hostel – que fica bem próximo ao Zhangjiajie National Forest Park.

Atenção: A distância entre o Zhangjiajie National Forest Park e a Tianmen Mountain é bem grande. Antes de escolher um hostel/hotel, leve em consideração o que você quer fazer na cidade, para evitar deslocamentos desnecessários. A Tianmen Mountain fica bem ao lado da estação de trem, no centro da cidade.

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Deixe seu recadinho no hostel!

Nas proximidades do hostel e do National Forest Park, há diversos hotéis, alguns mini mercados e uma rua pequena com diversos restaurantes. Porém devo lembrar aqui que estamos ao lado da FLORESTA e aí sim pela primeira vez vimos que os cardápios dos restaurantes eram bem estranhos. Você vê bichos de todos os tipos presos em gaiolas, prontos para o abate: de galinhas a tartarugas, de tatus a porquinhos da índia, cobras, morcegos. Havia uma iguaria que não sabemos (e nunca saberemos) do que era feita, mas o cheiro era extremamente nauseante. Para quem não está tão interessado neste tipo de culinária exótica, faça como nós que sobrevivemos à base de biscoitos, miojos e chocolates comprados nos mini mercados.

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Eu não como isso nem que me paguem

Vamos às atrações!

TIANMEN MOUNTAIN

Tianmen Mountain singnifica “Montanha da Porta do Céu”. Este parque tem inúmeras atrações. Você precisa de pelo menos um dia inteiro para visitar. E aqui vai um aviso importante: chegue o mais cedo possível. As filas são enormes. Esperamos por aproximadamente 3h na fila para conseguir entrar no bondinho.

O bondinho que sobe a Tianmen Mountain percorre 7km em aproximadamente 30 minutos. É o trajeto mais longo do mundo inteiro. Mas por mim, poderia levar bem mais que 30 minutos, porque a vista é simplesmente incrível.

Ao descer do bondinho, já é possível fazer as caminhadas à beira do penhasco, passar pela passarela de vidro e depois percorrer as 99 curvas da estrada que leva à Tianmen Mountain. Claro que falando aqui parece fácil, mas você vai levar muito tempo para fazer tudo isso. Quem tem medo de altura ou fica enjoado ao viajar de carro, prepare o coração e o estômago. Ao chegar no local, que é de tirar o fôlego de tão lindo que é, ainda há mais 999 degraus até a entrada da Tianmen Mountain. Pode subir ouvindo Stairway to Heaven que combina bem com a caminhada.

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Stairway to Heaven

Além disso, é aqui na Tianmen Mountain que tem uma passarela de vidro. Essa passarela acredito ter sido a primeira ou uma das primeiras da cidade e é pequena mas te garanto que foi uma das coisas mais cômicas que já vi na minha vida! Muitas pessoas tem medo e fazem de tudo para andar na beirada da montanha, onde não há vidro. Tem gente que grita e segura em qualquer um que estiver passando, enquanto outros fazem as poses mais inusitadas para tirar fotos. Diversão garantida!

No parque não há muitas informações em inglês, então não esqueça de pegar um mapa ao comprar o ingresso. Pelo menos você pode apontar para algum funcionário te dar as direções.

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ZHANGJIAJIE NATIONAL FOREST PARK

O preço da entrada varia de acordo com a temporada. Na alta temporada, o valor era bem alto e como a gente já estava um pouco pobre, foi decidido não visitar o parque. Se arrependimento mata, eu queria estar morta. Cada vez que eu vejo uma foto do Heavenly Pillar, que serviu de inspiração para as Hallelujah Mountains do filme Avatar, dá vontade de pegar meu DeLorean e voltar no tempo só pra poder ir nesse parque.

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Halellujah Mountains – Foto de YourAmazingPlaces.com

O parque faz parte da área cênica de Wulingyuan. Para explorar a essência do parque, dois dias são recomendados – com roupas e calçados confortáveis para caminhadas e subidas em pedras. Esse é o principal motivo do preço de entrada ser tão caro: como o parque é imenso, o ingresso é válido para 4 dias corridos a partir do momento da compra.

Nós fomos à Zhangjiajie em 2015, mas em 2016 abriu neste parque a maior ponte de vidro da China. Ela foi projetada por um arquiteto israelense e conecta duas montanhas chamadas de “Montanhas de Avatar” com 99 blocos de vidro. São 430m de comprimento a 300m de altura. Se na pequena passarela na Tianmen Mountain as pessoas já estavam morrendo de medo, imagina nessa?

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Ponte de Vidro – Foto: HypeBeast

Não é recomendado visitar o parque durante o inverno. Tudo fica escorregadio e se começar a nevar muito forte, o parque é fechado. Procure visitar no outono ou na primavera.

BAOFENG LAKE

O Lago Baofeng (Baofeng significa “Pico do Tesouro”) também faz parte da área cênica de Wulingyuan. Significa sim que é próximo ao National Forest Park e do hostel que ficamos. Até pegamos um táxi para chegar lá, mas deu menos que ¥10.

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Baofeng Lake

Não há apenas o lago: há quedas d’água, algumas trilhas, templos no meio da floresta. O que me consolou neste lugar é que ao chegar com muito esforço no final de uma trilha, eu pude ver uma amostra do que seriam as montanhas que eu teria visto no National Forest Park. A trilha tem um pouco de subida, então prepare suas pernas e pulmões.

O ingresso ao parque que custou ¥96 inclui um passeio em um barco típico chinês pelas águas do lago. Durante o percurso, é possível ver algumas casinhas de madeira de onde saem chineses em trajes típicos, cantando canções tradicionais da vila local. A paisagem me lembrou muito as fotos do lago Ba Be no Vietnam, outro lugar que gostaria muito de conhecer, só que em escala menor.

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POR QUE VISITAR ZHANGJIAJIE?

Visitar Zhangjiajie significa conhecer uma natureza exuberante e diferente de tudo o que você já viu. Além disso, depois de tanta poluição nas cidades anteriores, nada como um ar menos poluído! É um pouco difícil o acesso mas com um bom planejamento, é possível chegar e explorar a cidade sem a necessidade de pagar os guias, que cobram uma fortuna. Mas as montanhas, lagos, atrações e até a hospitalidade dos chineses fazem todo seu esforço em chegar lá valer cada centavo. Se você já visitou Zhangjiajie, não esqueça de deixar mais dicas nos comentários!

Próxima parada: Guilin

Xian

A maioria de nós automaticamente associa “Xian” com “Guerreiros de Terracota”. Mas a relação não é tão simples assim. A cidade tem mais de 3.000 anos de história – já foi capital da China e teve um importante papel na rota da seda. Hoje, é uma cidade moderna e cosmopolita: é fácil encontrar chineses que falam muito bem o inglês e também famosas lojas de grife ocidentais em Xian. Até restaurantes como a pizzaria americana Papa John’s dominam o centro da cidade.  Podemos assim sentir claramente a influência que a cultura ocidental teve na região nas últimas décadas. Mas vamos ao que interessa: como chegamos e o que fizemos em Xian.

DE ZHANGYE A XIAN

Saindo de Zhangye, fizemos todo o caminho de volta a Lanzhou: pegamos o trem na estação Zhangye West com direação à estação Lanzhou West. O valor do ticket foi de aproximadamente US$30. Da estação de Lanzhou pegamos um táxi até o aeroporto – mais ¥200. E de Lanzhou pegamos o avião a Xian (perdi o preço da passagem!) A viagem entre as duas cidades é de aproximadamente uma hora.

Xian é uma das cidades mais procuradas pelos turistas. Com certeza você não terá dificuldades em encontrar um voo ou um trem para chegar lá.

O HOSTEL

Shuyuan International Party Hostel foi o melhor hostel que ficamos nesta viagem. Fica em frente à Fortificação de Xian, bem próximo à estação de metrô, o atendimento foi ótimo e o café da manhã tem frutas, pães (que não são adocicados ou com feijão vermelho). Ao chegar eles já te dão um ticket para trocar por uma cerveja no bar que fica no subsolo.

O QUE FAZER

Nós tínhamos pouco tempo para explorar Xian. Escolhemos ficar dois dias e o foco mesmo era o Museu de Terracota, mas depois de passear pela cidade, nos arrependemos de não ter separado mais tempo para ficar por lá. Se possível, não cometa este mesmo erro.

Ao chegar no aeroporto de Xian, fomos abordados por uma empresa que presta serviços de transporte, dentro do próprio aeroporto eles já arrumam tudo. Por um preço equivalente a uns R$100,00 por pessoa, fechamos um passeio até o Museu e depois ele nos levou em diversos outros pontos da cidade e nos levou depois ao hostel.

Fechar este passeio valeu a pena porque nós estávamos muito cansados da viagem de Zhangye até Xian e porque como eu já disse, nós não tínhamos muito tempo na cidade.

GUERREIROS DE TERRACOTA

Antigamente alguns guerreiros eram sacrificados quando um Imperador morria para que pudessem o proteger na vida após a morte, segundo as crenças chinesas. Os Guerreiros de Terracota foram esculpidos para serem enterrados junto com o primeiro Imperador Qin e acabaram substituindo os guerreiros de carne e osso (ainda bem). Mais de 700.000 artistas e trabalhadores construíram o complexo que contempla o exército e o túmulo do Imperador. Em cada guerreiro foi gravado o nome do artista que o criou, para que pudessem rastrear qualquer erro que pudesse ter sido cometido. Talvez seja por isso que o nível de detalhes das esculturas seja tão impressionante!

No museu, prepare-se para disputar lugar com muitas, muitas pessoas. Foi um dos lugares mais movimentados que visitamos na China.

Atenção: Não compre nada dentro do Museu Qin, mesmo que você seja abordado por ambulantes que querem vender miniaturas numa caixa. Geralmente eles colocam o preço inicial lá em cima, depois vão abaixando até dizer que vendem a caixa com 5 peças por ¥50. Mas do lado de fora a mesma caixa é vendida por ¥20. No museu há uma lojinha, mas os preços são bem salgados. Caso queira economizar, espere até sair. Há uma rua inteira cheia de souvenirs à venda.

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Imitando os Guerreiros de Terracota

FORTIFICAÇÕES DE XIAN

Construída no século XIV para proteger a cidade, a fortificação de Xian está muito bem preservada. Possui 14km que podem ser percorridos a pé ou por bicicleta. Há parques do lado de fora da fortificação que são muito bonitos e onde podemos observar as famílias chinesas simplesmente no seu tempo para relaxar.

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Fortificação de Xian

TORRE DO SINO E TORRE DO TAMBOR

A torre do sino marca o centro geográfico de antigas capitais. A torre do tambor era usada para alarmar a população em caso de emergências. Elas são chamadas de “torres irmãs” e realmente não ficam distantes uma da outra. É possível entrar para visitar porém o horário visita é bem restrito. Se informe com antecedência para não tentar chegar lá após o horário.

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Torre do Sino

OUTRAS ATRAÇÕES

Próximo à região das torres, você pode ter como referência o Templo Daci’en, onde um dos cartões postais de Xian se encontra: o Pagode do Grande Ganso Selvagem. Na área ao seu redor, há diversas praças e jardins que foram projetados para mostrar o espírito cultural da Dinastia Tang – informações da China Travel Guide. Toda a área pode ser explorada e você vai encontrar muitas obras interessantes!

Na cidade há também o Museu de Shaanxi que conta um pouco da história da China e da região que Xian se encontra, além de diversos outros templos e parques. Opções não faltam para quem estiver disposto a explorar Xian.

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Depois de conhecer um pouco da história de Xian a próxima parada foi, um dos melhores destinos que já pude visitar e que é muito desconhecido para quem é de fora da China: Zhangjiajie. Até o próximo post!

Zhangye Danxia Parque Geológico

Localizada na província de Gansu, a cidade de Zhangye é a porta de entrada para uma atração única – o Zhangye Danxia National Geological Park. Acho que poucas pessoas já ouviram falar desse lugar incrível – inclusive alguns chineses que conversamos em Pequim.

Ao contrário do que nós pensávamos, Zhangye não é uma cidade pequena no meio das montanhas. O centro da cidade é bem estruturado e os visitantes não tem dificuldade nenhuma de se locomover ou de encontrar supermercados, restaurantes e lojas.

Centro de Zhangye

A grande atração da cidade é o Parque Geológico com suas montanhas coloridas que parecem pintadas à mão. Dizem que os melhores meses para ir são de Junho à Setembro por causa da intensidade de luz que ajuda a destacar mais ainda as cores das montanhas. Neste post vou explicar como fazer para chegar lá!

De Pequim a Zhangye

Existem trens de Pequim a Zhangye. O problema é que esse trajeto leva no mínimo 18h de viagem. Alguns trens levam até 24h para chegar ao destino. Se você precisa economizar tempo, eis o que fizemos:

  1. De Pequim, pegamos um voo a Lanzhou. Duração: pouco mais de 1h / Valor: RMB¥640.
  2. O aeroporto de Lanzhou fica muito distante do centro da cidade, onde fica a estação de trem Lanzhou West, praticamente uma viagem. Negociamos com um taxista e ficou em RMB¥200 a corrida. O trajeto também durou aproximadamente uma hora. Existem ônibus que saem do aeroporto para o centro da cidade, que saem com intervalo de uma em uma hora e custam RMB¥30. Não optamos pelo ônibus por questões de horário apertado.
  3. Pegamos um trem da estação Lanzhou West até a estação Zhangye West. Duração: 3h30 / Valor: RMB¥190.

Economizando tempo, o trajeto levou praticamente 6 horas.

Em Zhangye, há duas estações de trem: Zhangye e Zhangye West. Elas não ficam próximas uma da outra. Zhangye West é uma estação nova e quando fomos ainda nem estava no mapa. Sempre peça instruções de como chegar à equipe do hostel / hotel onde você vai ficar.

O Hostel

Ficamos no Qicai Danxia International Hostel. Não fica distante da estação Zhangye West. O taxista fechou o preço em RMB¥40 para nos levar da estação ao hostel, mas depois vimos que foi muito caro pela pouca distância. Cuidado na hora de negociar!

Esse hostel foi a única grande furada da viagem. É super cheio de pó, tanto que quando chegamos lá tivemos que fazer uma limpezinha no quarto para conseguir respirar direito. Até pedimos um aspirador pra passar no carpete, mas o aspirador que mandaram foi uma senhorinha chinesa com uma vassoura de folha de alguma árvore e uma pá – o que não resolveu muita coisa. No fim das contas, a gente se virou lá e ficou OK. Pelo menos de preço não podemos reclamar, foi barato até demais.

Apenas um dos recepcionistas falava inglês, com os outros só nos comunicamos através do google tradutor offline (ou eles mostravam a tela do computador deles com o Baidu tradutor).

Um ponto positivo é que as camas do hostel podem ser ligadas na tomada para aquecer o colchão. Zhangye é uma cidade que faz bastante frio à noite. Outro ponto positivo é que lá eles já arranjam o transporte até o Parque Geológico.

Parque Geológico Zhangye Danxia

Lá no hostel, pagamos RMB¥50 pelo transporte de ida e volta ao parque e fomos em uma van com outros chineses. Caso queira, também é possível ir de táxi e combinar o preço e o horário com o motorista. Pelo que vi na Wikitravel, na rodoviária de Zhangye tem um ônibus que leva até o parque por é RMB¥10, mas não ficam te esperando na saída assim como as vans e os táxis.

Prepare sua mochila com: água, comida (lá não tem onde comprar nada), uma blusa corta vento e leve um descongestionante nasal para umidificar o nariz se você tiver problemas com tempo seco.

No parque, o ticket para entrada é de RMB¥40 e há um ônibus que te transporta dentro do parque por RMB¥20. Você pode fazer a pé, mas recomendo que faça com o ônibus porque a distância entre os pontos é muito grande mesmo.

Pelo parque, existem 4 plataformas para visualizar as montanhas. A distância entre elas é de aproximadamente 8 km. Durante as paradas nas plataformas, é possível ver quadros com as explicações de como as montanhas ficaram coloridas daquele jeito: pela erosão de arenito vermelho e depósitos de minérios combinados com as condições climáticas do local e à movimentação das placas tectônicas.

Você vai ver placas também que mostram as formas que os chineses enxergam olhando para as montanhas, igual quando brincamos com o formato das nuvens. Dragões brincando com fogo, Budas deitados, guerreiros etc.

Ficamos lá até o por do sol. Quanto mais próximo do por do sol, mais intensas as cores das montanhas ficam. Por isso é recomendado a visitação na parte da tarde. Dizem que um dia depois de chover as cores ficam mais fortes ainda. Saímos do hostel às 14h e o motorista da van nos esperou até quase 20h30.

O bom de ter ido com um grupo de jovens chineses é que uma serviu de intérprete. Também ensinamos a eles alguns ritmos brasileiros enquanto esperávamos o sol se por. Foi uma viagem e tanto!

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Na Cidade
A cidade de Zhangye tem umas praças e parques legais de visitar. Também há o Templo do Buda Gigante. Aqui não é comum ter muitos visitantes ocidentais, então a principal atração pode acabar sendo você! Quem não sabe falar inglês acaba acenando ou falando um “hello”, quem sabe se arrisca a conversar, perguntar de onde você vem e pede para tirar fotos. Encontramos apenas um casal europeu na cidade, e quando eles nos perguntaram se já tínhamos visitado o Parque Geológico, um monte de chineses se aglomeraram à nossa volta para observar a conversa!
Próximo ao hostel, haviam diversos restaurantes pequenos e um deles a gente comeu a melhor e mais barata comida da viagem. A gente conseguia ver a senhora preparar a comida, tudo limpo e bem feitinho. Você também pode ter a oportunidade de comer no Dico’s, um famoso fast food chinês.
Sobre pegar o ônibus número 01 até a estação de trem de Zhangye, muito cuidado: existem dois ônibus que tem o número 01, um verde e um amarelo. O que vai para a estação de Zhangye (não é a Zhangye West) é o amarelo.

Parques de Zhangye

Nós não fizemos, mas você pode fazer!
Existem duas excursões que são possíveis a partir de Zhangye: Mati Temple Grotto, um templo feito em uma gruta e a visita ao grupo étnico Yugu, com suas tradições e folclores. Essa última queria muito fazer, uma pena que não deu!
De qualquer forma, todo o esforço vale – e muito – a visita ao Parque Geológico. Provavelmente não há nada parecido em nenhum outro lugar! Aproveite a viagem à China para fazer este passeio!

Garotinho lindo de Zhangye posando pra foto

PRÓXIMA PARADA: XIAN

Pequim

Pequim é uma cidade magnífica onde o milenar se mistura harmoniosamente com o moderno. O nome Pequim significa “Capital do Norte”. Há indícios que o local havia sido ocupado em 1045 AC. Muitas dinastias ocuparam a cidade até que em 1215 o exército do líder mongol Genghis Khan conquistou a região e construiu o que seria a capital de um império. Essa conquista foi um divisor de águas para a cidade que mais tarde se tornaria Pequim, pois foi a partir daí que ela foi se transformando em um polo cultural e político.

Outra dinastia que teve muita influência no desenvolvimento da cidade foi a dinastia Ming. Grandes construções como a Cidade Proibida e parte do Templo do Céu foram elaboradas durante o reinado desta família.

Depois de ser uma influente cidade de um império, diversas outras batalhas ocorreram nos séculos que se seguiram. E até em um passado não muito distante Pequim continuou sendo palco de muita história: acho que todos se lembram da foto “O Rebelde Desconhecido”  – um homem sozinho, parado em frente à tanques de guerra em plena Praça da Paz Celestial no ano de 1989 onde as pessoas faziam um protesto contra o Partido Comunista.

Hoje, só em Pequim existem sete locais que levam o selo de Patrimônio Mundial da UNESCO:

  • A Cidade Proibida;
  • O Templo do Céu;
  • Os túmulos imperiais das dinastias Ming e Qing;
  • A aldeia de Zhoukoudian;
  • O Palácio de Verão;
  • O Grande Canal;
  • A Grande Muralha da China.

São todos lugares incríveis sim. Mas o que sempre me motivou para fazer uma visita à Pequim foi a possibilidade de visitar a Grande Muralha. Sempre que eu assistia um documentário sobre o assunto, ficava impressionada com um trabalho tão bonito e grandioso. Mas chega de história e vamos ao que interessa! Nesse post, vou contar um pouco de como foi a visita a esta cidade cheia de encantos.

De São Paulo a Pequim

Voamos de São Paulo a Pequim pela Air China. Levamos praticamente um dia inteiro de viagem, com uma pequena escala em Madrid. A Air China não é tão diferente das demais companhias aéreas. Há uma boa variedade de músicas, filmes e séries para você se entreter durante a longa viagem (as legendas podem ser em chinês, inglês e francês). O atendimento foi muito bom e a comida é bem servida. Aí você já pode ir se acostumando com o que vem pela frente na China: muito macarrão, arroz e frango.

O aeroporto de Pequim é bem grande e moderno. A imigração foi simples e rápida, sem perguntas. Apenas uma pequena conferência cara-crachá e o carimbo fácil e rápido.

Para sair do aeroporto até a cidade, você tem duas opções: táxi e o trem que faz conexão com o metrô de Pequim – extenso e bem eficiente. Nós preferimos a segunda opção porque o taxista queria ¥600 para nos levar até o hostel. As informações na Wikitravel diziam que o valor do aeroporto a cidade varia entre ¥70-¥120. Então fique atento, porque eles querem fazer preços fechados exorbitantes para arrancar dinheiro dos turistas.

O serviço de trem Airport Express passa pelos terminais do aeroporto e depois vai para a cidade. O bilhete custa ¥25 e leva no máximo meia hora até fazer a conexão com o metrô. Você pode descer na estação Dongzhimen (linhas 2 e 13)  e Sanyuanquiao (linha 10). Ao pegar o metrô, você precisa saber exatamente a estação que vai descer, pois o valor da passagem é baseada na distância percorrida. Fique atento também ao horário. Na China, o metrô para de prestar serviço bem mais cedo que aqui, e pode ser que um pouco antes das 23h você já não vai conseguir utilizar o serviço.

O Hostel

O Templeside Deluxe Hutong House tem todo um cuidado com a decoração para fazer você se sentir numa China bem tradicional. E por ser em um Hutong, você pode vivenciar uma cultura que está morrendo em Pequim. A grosso modo, hutongs são pequenos bairros com ruas emaranhadas bem estreitas que possuem um modo de vida próprio. Em uma pequena entrada ou rua, um mundo de casas e vielas é aberto diante dos nossos olhos. Eu comentei que isto está morrendo, pois o progresso da cidade faz com que os hutongs sejam demolidos para dar lugar a novas construções, avenidas, e estações de metrô.

O hostel

O hostel fica a uns 10 minutos a pé de uma estação de metrô e na avenida há algumas opções com padaria, restaurantes, mercados de frutas e lojinhas. O recepcionista foi bem legal com a gente, sempre dando dicas e ajudou bastante na hora de agendar o passeio para as muralhas pelo telefone. O preço do hostel nas grandes cidades como Pequim são um pouco mais caros do que o comum.

O QUE FAZER
Praça da Paz Celestial

A Praça da Paz Celestial (Tian’anmen Square) fica bem em frente à entrada da Cidade Proibida. Como a saída da Cidade Proibida fica aos fundos, um pouco distante da entrada, talvez seja mais prático dar uma passadinha na praça antes. Nela podemos encontrar monumentos aos heróis da revolução, o Grande Salão do Povo, o Museu Nacional da China e um memorial à Mao Zedong, que proclamou a república naquele local em 01/10/1949.

É bem fácil chegar à Praça da Paz Celestial e à Cidade Proibida de metrô. Basta descer na estação Tian’anmen East ou Tian’anmen West e seguir o fluxo.

Cidade Proibida

Nossa primeira parada foi a Cidade Proibida, que é um complexo palaciano (o maior do mundo!) onde 24 Imperadores das dinastias Ming e Qing reinaram durante alguns séculos (entre os anos de 1644–1911). Leva esse nome pois  era totalmente proibida a entrada de pessoas consideradas comuns, já que o imperador era considerado filho do céu e acreditava-se que o poder de Deus estava sobre ele. Eles também acreditam que o Palácio é uma réplica da morada de Deus nos céus e deveria haver 1.000 cômodos no complexo porém, como não se podia atingir a perfeição dos deuses, eles deveriam construir 9.999 cômodos e meio. Na verdade, existem pouco mais de 8.700 cômodos (coisa pra caramba!).

Entrada da Cidade Proibida

Sendo assim, já podemos perceber que a visitação leva horas, e olha que diversas partes não estão abertas ao público. Então prepare-se: leve sua água e alguma coisa para comer na mochila. Preste bastante atenção nas placas para respeitar a cultura local. É proibido tirar fotos dentro dos templos.

Destaques da Cidade Proibida

  • Os Três Grandes Salões: Salão da Harmonia Suprema, Salão da Harmonia Média e o Salão da Harmonia Preservada. Para saber mais sobre a função de cada uma, leia a matéria Como Tudo Funciona – Cidade Proibida.
  • Sala dos Relógios
  • Jardim Imperial
  • Palácio da Paz e Longevidade – como se fosse uma miniatura da Cidade Proibida, onde se encontra o famoso painel dos Nove Dragões e outros salões que são conhecidos como a Galeria do Tesouro.

Salão da Suprema Harmonia – O leão com a pata em cima do globo representa o poder do Imperador no mundo; a leoa com a pata em cima de um filhote representa a fertilidade do imperador (Foto de Márcio Rocha)

As gigantes cubas de cobre armazenavam água para combater incêndios (Foto de Marcio Rocha)

Como já mencionado, a entrada para a Cidade Proibida é feita apenas pelo portão principal, chamado Portão Meridiano. A saída é feita por outros três portões. Caso queira voltar em um tradicional riquixá, muito cuidado ao negociar o preço; muitos golpes são denunciados por turistas. Deixe as coisas sempre bem claras para evitar qualquer problema com o condutor.

Complexo Olímpico

Um bom passeio para fazer à noite é a visita ao complexo olímpico. Descendo na estação Olympic Park você vai se deparar com o estádio nacional conhecido como Bird’s Nest (Ninho de Pássaro), o centro aquático chamado Water Cube, a Torre de Observação e um incrível jogo de luzes para tudo quanto é lado.

Complexo Olímpico (Fotos de Márcio Rocha)

Palácio de Verão

Na minha cabeça, o Palácio de Verão era aquela construção que sempre aparece quando a gente coloca no Google Imagens. Para minha surpresa é um outro enorme complexo, construído em 1750 pelo Imperador Qianglong como um refúgio da antiga cidade imperial. Segundo o China Highlights, o Palácio de Verão tem aproximadamente 70 mil metros quadrados e contém 3.000 casas. A arquitetura de cada uma delas é muito interessante, sem contar a vista do alto e o lindo lago Kunming.

Destaques do Palácio de Verão

  • Pagode do Incenso Budista – o mais alto edifício do complexo, fica no topo da Colina da Longevidade. Era esse que eu pensava ser o palácio.
  • O Longo Corredor
  • A Rua de Suzhou – Suzhou é uma cidade construída sobre as águas e geralmente é chamada de Veneza do Oriente. A Rua de Suzhou do Palácio de Verão tem diversas lojinhas à beira do Rio.
  • Templo da Virtude Budista
  • Galeria da Benevolência e Longevidade
  • A Ponte dos Dezassete Arcos

Rua de Suzhou

Pagode do Incenso

O Longo Corredor

E no final do longo corredor encontramos todas essas cores e detalhes!

Coloque seu calçado mais confortável e novamente: não esqueça de levar em sua mochila água e algo para comer. São horas de visitação, com muitas escadas e caminhos irregulares. Para chegar lá, desça na estação Beigongmen.

O Templo do Céu

Considerado o templo imperial mais importante, o Templo do Céu foi construído em 1420 durante o reinado do Imperador Zhu Di da Dinastia Ming. Hoje está localizado em um parque que na época era o jardim real. Este parque é um ótimo lugar para observar a cultura local. Na entrada do parque, na parte da manhã, pessoas mais idosas praticam o Tai Chi e à noite, há uma dança em casal. Dentro do parque é comum ver pessoas idosas com caixas de som cantando músicas tradicionais. Ainda à noite, passando o Templo do Céu, fique para assistir os chineses empinando enormes pipas cheias de luzes (nem preciso dizer que chineses amam luzes :P) é lindíssimo!

Pipas Coloridas

Acho que nem precisa de cerol nas linhas dessas pipas

Museu da Seda

A Beijing Dong Wu Silk Museum é uma loja que vende roupa de cama, vestidos e lenços de seda e que mostra como é o processo de fabricação da seda chinesa. Caso você tenha curiosidade e interesse em comprar este tipo de produto, aqui é o lugar ideal.

Tradicionais Casas de Chá

Eu nunca gostei de chá até visitar uma Casa de Chá tradicional em Pequim. Os aromas são únicos; a habilidade das mulheres que o preparam é impressionante. Nós fizemos um tour onde este passeio estava incluso e a casa de chá chama Shen Shen Cha Yi Guan ou Shenshen Tea House. Existem várias espalhadas pela cidade. Uma bem tradicional é a Lao She Tea House, mas os preços são bem salgados. Cuidado com golpes em casas de chá. Procure perguntar no hotel ou hostel um bom lugar pra ir. O guia da Lonely Planet recomenda três lugares: Laijinyuxuan Teahouse, Tangren Teahouse e Black-tea Tea Room.

Shenshen Tea House – a tradicional maneira de fazer chá na China explicado em um inglês impecável

Torre do Tambor

Construída em 1272 por um dos Khan, a torre do tambor tinha como finalidade não só avisar as horas mas também ser um polo cultural para a cidade. É bem agradável andar nos arredores do local. Andamos por um centro comercial bem diferente até chegar lá. Depois, fomos a um lugar muito bom para passear à noite. O lago Houhai é cercado de restaurantes e bares. Foi muito legal conhecer um pouco disso. A maioria tinha música ao vivo, e os gerentes só ficam na porta convidando as pessoas para entrar. Para chegar lá, desça na estação Shichahai.

Bares às margens do Lago Houhai (Foto de Márcio Rocha)

A Grande Muralha da China

Nem vou entrar muito na história da Muralha pois ela é bem complexa. Resumindo: é um conjunto de diversos trechos de muralhas, construídos em diferentes períodos da história. Acredita-se que por volta de 650 AC começaram construções de muralhas com a intenção de defender a fronteira de territórios, só que em menor escala. Por volta de 220 AC que passaram a ter o formato que vemos hoje. A intenção era a mesa: defender os territórios.

Aqui, a parte de grande expectativa da viagem para mim. Mas vamos do começo: é possível visitar diversos trechos da Grande Muralha. É bom você pesquisar previamente qual parece ser mais interessante. Quando estávamos no Palácio de Verão, uma chinesa que é guia entregou um cartão e com ela agendamos o passeio para a seção de Mutianyu que, segundo o recepcionista do hostel, era mais bonito e mais tranquilo (menor quantidade de turistas). Este trecho foi restaurado recentemente.

Aqui está um mapa do China Highlights com os trechos que podem ser visitados. Pela legenda pode ver que há seções que recebem mais turistas, outras que não foram restauradas. Clique aqui para ver uma descrição detalhada dos 10 melhores trechos que podem ser visitados.

Trechos famosos da Grande Muralha próximas a Pequim

Ter visitado o trecho de Mutianyu foi uma grata surpresa. A muralha em meio às montanhas é espetacular. Quase caiu uma lágrima do meu olho de tão lindo que é. Talvez fosse a emoção de um sonho realizado.

Ah, essa vista! ❤

O interessante é que a subida é feita por um teleférico e para a descida você tem a opção de voltar com o teleférico ou descer de tobogã. Sim, você não entendeu errado: descer de tobogã! São quase 5 minutos de descida e olha, foi demais! Valeu cada centavo! Abaixo o vídeo da gente descendo pelo tobogã.

Falando em centavos, reserve uma boa quantia em dinheiro para visitar a muralha. Vamos às contas:

O tour foi Museu da Seda + Casa de Chá + Fábricas de Porcelanas + Grande Muralha. O preço por carro era ¥400 e cabiam umas 6 pessoas. Estávamos em 4 pessoas, então foram ¥100 para cada um. Leva o dia todo. Não se paga ingresso no Museu da Seda / Casa de Chá / Fábrica de Porcelanas (eles ficam na expectativa que você compre algum dos produtos vendidos). No fim do tour, os guias pedem uma caixinha básica.

Quem quiser contatar a Linda pra fazer os passeios, seguem os contatos dela:

Tel: 13381287819 / e-mail: linda880330@163.com

Entrada para a Grande Muralha: ¥100 + ¥50 para subir de teleférico e descer de tobogã.

Curiosidades sobre Pequim
  • Existe uma faixa que limita o lugar em que você deve esperar o metrô na plataforma.  Ouse ultrapassar o limite que o fiscal dá logo um apito no seu ouvido!
  • Há uma Iogurte bem típico em Pequim, chamado Nai Lao. Ele é feito de algum derivado de arroz, mas tem sabor de iogurte grego. Vem num tradicional pote de vidro e pode ser encontrado facilmente pela cidade. Só procure comprar os que são conservados na geladeira; alguns lugares não tem esse cuidado e podem dar bem ruim.
  • Caso você esteja planejando ir à Pequim em abril, procure qual a data que cai o feriado Qingming: ele dura 3 dias e os chineses lotam os pontos turísticos.
  • Existem diversas “padarias” mas os pães sempre são doces ou agridoces, mesmo os que vem com alguma coisa que parece frango ou porco. A melhor padaria que comemos foi da rede Maky’s. Tudo o que a gente comia lá era gostoso!
  • Em Pequim não se vê tantos ocidentais juntos como em Xian ou Xangai. Mesmo aqui as pessoas vão te parar pra pedir fotos!
  • Se você gosta de carne de porco, não deixe de provar os famosos dumplings.
  • Não deixe de se arriscar na culinária, coma coisas que você nunca vai saber o que é! XD

O post ficou bem grande, mas Pequim é bem mais que isso!

Recomendo buscar mais informações no site China Highlights e no guia da Lonely Planet (você pode comprar o capítulo de Pequim por US$4,95 ou o livro inteiro em formato digital por US$24,49).

Próxima parada: Zhangye

Uma Viagem à China

Talvez você não conheça muitas pessoas que já foram ou que pensam em ir à China. Provavelmente a maioria de nós nunca sequer parou para sentar e pesquisar sobre o que este país oferece. E pode ser que a ideia de uma viagem para lá nunca tenha passado pela sua cabeça porque, no fundo, você preconceitos como: “China comunista!”, “país pobre de terceiro mundo”, “só tem escravo!”, “comem espeto de barata”, “maltratam as mulheres”, “chineses são rudes e sujos!” etc. Pare um pouco e se prepare para fazer seus preconceitos caírem por terra. Vamos viajar à China.

A China é um país enorme, o que significa que há uma grande diversidade geográfica para ser explorada. Tem para todos os gostos. Seja deserto, floresta, uma região cheia de lagos ou uma cadeia de montanhas super diferente. Se o seu estilo for uma viagem mais urbana, não se preocupe. Há cidades enormes e bem organizadas, até bem ocidentalizadas. Tudo isso fora a diversidade étnica e a cultura milenar que te oferecem experiências para levar para a vida toda.

Quem faz planos de viajar à China pode encontrar algumas dificuldades no caminho. O alto preço da passagem aérea e o medo de não conseguir se comunicar pode desanimar um viajante. Muita gente acaba pesquisando preços de pacotes com agências de viagem para não ter que se preocupar com nada, mas o preço do pacote mais básico é extremamente exorbitante. Veja bem: não desista! Te garanto: é possível viajar de maneira independente pela China e sem gastar muito dinheiro. Vou explicar com detalhes como, passo a passo.

Perguntas Frequentes
  • É seguro viajar pela China?

É seguro sim. Você deve tomar as precauções que toma em qualquer outro lugar. Procure a cidade que você quer visitar na Wikitravel e procure pelas informações do campo “Scams”, onde são listados golpes comuns aplicados a turistas, assim você fica mais esperto.

  • Sou mulher. Posso viajar sozinha pela China?

Eu viajei com amigos, mas vi algumas mulheres viajando sozinhas por Pequim, principalmente. Uma que falamos bem rápido era da França. Em um hostel em Changsha, pude conversar melhor com uma italiana que estava fazendo basicamente o mesmo roteiro que a gente, só que no sentido inverso. Perguntei como estava sendo a experiência de viajar sozinha pela China e ela disse que estava viajando há 15 dias e que até aquele momento estava tudo ótimo. Ela garantiu que não havia se sentido insegura e que não teve nenhum problema no período.

O lado bom da china é que sempre tem gente pra tudo quanto é lado (a menos que você vá para algum lugar remoto no Tibet ou no Badain Jaran Desert), então é difícil que ocorra algo em meio à multidão. Tome mais cuidado só com furtos.

É fato que chinês é um povo curioso e mesmo com a gente que estava em grupo, eles paravam e queriam dizer oi, puxar conversa ou tirar uma foto; mas não fique assustada, muito disso é porque em alguns lugares eles quase não devem ver um ocidental. Quando encontram um, acham diferente. Sobre vestimenta, as chinesas não são NADA conservadoras. Não há nenhum problema em andar com camiseta regata e bermudas ou saias como há em alguns outros países por aí.

  • Não falo nada em chinês. E agora?

Meus amigos e eu também não falamos chinês. Nas cidades que passamos (exceto Xian e Shanghai) era muito difícil encontrar alguém que falasse inglês. Além de levar um guia de conversação de bolso Mandarim – Português da Lonely Planet, graças à nossa maravilhosa tecnologia é possível baixar programas de tradução como o Google Tradutor com o pacote offline do idioma chinês. Isso significa que mesmo sem conexão à internet você pode digitar no seu celular a frase em português que ela será traduzida para chinês. Isso ajudou bastante a gente! E as mímicas. E as pessoas aleatórias que apareciam falando inglês para nos salvar. De todo jeito, os chineses são simpáticos e esforçados em tentar entender o que você quer dizer para te ajudar.

No fim das contas, algumas vezes nós decorávamos os símbolos das paradas de ônibus e quando o ônibus parava, contávamos quantos pontos faltavam pra chegar. “O ponto que tem dois risquinhos só no final do nome”, “uma casinha e uma árvore”. A gente inventava e se virava. Aí que mora a diversão.

  • E a alimentação? Vou ter que comer espeto de escorpião todos os dias?

A resposta é não. Você vai achar algumas comidas que pra gente são bem diferentes, mas esses espetos de insetos são mais difíceis de achar. As comidas lá são muito à base de macarrão, arroz, frango e porco. Esquece carne de boi, isso vai ser raridade. É muito fácil de encontrar  KFC, Mc Donald’s e Pizza Hut. Onde não tiver isso, vai ter um Dico’s, uma rede de fast food lá da China. Em último caso, passa no supermercado e compra biscoito e miojo que tá tudo certo. De fome não vai morrer. O lado bom é que, comparando com São Paulo, a comida lá era bem mais barata. Em um restaurante normal, gastávamos em média o equivalente a R$6,00. A média de preço de fast food como Mc Donald’s e KFC é de R$15,00 e em restaurantes como Pizza Hut e Papa John’s, entre R$20 e 25.

A cara era de desconfiança, mas foi a melhor comida da viagem: noodles com legumes com um tempero sensacional. R$5,00 (com a bebida)

  • Na China as coisas são bem baratas mesmo?

Eu diria que depende. Te garanto que a China não é uma 25 de março a céu aberto. Há muitas lojas de marcas famosas onde os preços são iguais ou maiores que as daqui. É preciso saber onde comprar por um preço menor, assim como fazemos aqui. Em cidades maiores como Shanghai ou Xian talvez seja mais fácil encontrar lugares para fazer compras. Meus amigos compraram drones em Shanghai por uns R$70, por exemplo. Peça dicas ao pessoal do hostel ou procure antes nos fóruns do tripadvisor.

  • Dinheiro ou cartão?

Resposta curta e grossa: leve dinheiro e um cartão que você possa sacar dinheiro nos ATMs. As bandeiras dos cartões que utilizamos (Visa, Mastercard) estão começando a ser aceitos na China agora; ainda serão raros os lugares que você vai encontrar algum estabelecimento que os aceite. Eles tem as próprias bandeiras de cartão, sendo a que me pareceu mais aceita a UnionPay. Eu comprei yuans na SP Mundi – você pode fazer o pedido pela internet e dependendo do valor eles entregam na sua casa sem cobrar nenhuma taxa adicional. Também levei um cartão Mastercard Travel Money e habilitei meu cartão do banco para saques internacionais na China no caso de precisar em alguma emergência. Saquei dos dois cartões e foi tranquilo, mas vale um lembrete: nem todos os ATMs fazem saque de cartões das nossas bandeiras. Às vezes é necessário tentar em mais de um caixa (geralmente os que aceitam ficam com a bandeira colada em algum lugar, indicando que é possível fazer o saque ali).

  • E as restrições ao acesso à Internet?

Na China o acesso a redes sociais como Facebook e Instagram é bloqueado. Além disso, algumas ferramentas do Google como o gmail também não funcionam. É melhor que você mande todas suas reservas para um e-mail alternativo como o hotmail ou yahoo mail. Também não há bloqueio para Skype e Whatsapp.

Caso você queira acessar Facebook /  Instagram / Gmail, recomendo a utilização de uma VPN. Assinei um mês do serviço da ExpressVPN e acessei todos os sites sem nenhum problema. Para utilizar, é necessário fazer a assinatura e instalar o aplicativo no celular e/ou tablet aqui no Brasil, pois lá você não conseguirá fazer o download do app. Deixe as configurações prontas e caso algo dê errado, envie um e-mail ao serviço de suporte deles (excelente por sinal!) que eles irão trabalhar para resolver o mais rápido possível. Eles sempre dão uma resposta em pouco tempo.

  • E a questão de acessibilidade?

A acessibilidade na China tende à 0. Se você possui alguma dificuldade de locomoção, não será fácil passear pela China. Tudo por lá é muita escada, e tem aquela questão dos carros que não param no sinal e etc. O cadeirante James Ballardie explicou com detalhes em sua matéria para a BBC como foi a experiência dele na China. Leia e sinta um pouco do drama: http://www.bbc.com/news/blogs-ouch-31923342

  • Quando visitar?

Primavera ou outono. O verão é extremamente quente e úmido, e é quando mais chove e há probabilidade de tufões. O inverno é muito frio.

É recomendado tomar a vacina contra febre amarela pelo menos 10 dias antes do embarque para a China.

Agora que respondemos essas perguntas, vamos ao que interessa:

Planejamento

Onde visitar?

Quando queremos viajar para um país mais diferente, sempre tem um que pergunta “mas o que você fazer lá?”

É aí que entram todas aquelas pesquisas afinal, você tem separar todos os lugares que você gostaria de ir e responder isso a si mesmo em primeiro lugar. Um bom site para começar suas pesquisas é o China Highlights. A página do Facebook da agência China Travel Depot também vai te enlouquecer com fotos de lugares de tirar o fôlego. Outras opções são os guias das editoras Lonely PlanetRough Guides.

Como eu já disse a China é um país enorme, então a distância entre as cidades que você quer visitar talvez possa ser um problema. Assim, coloque tudo em um papel e vá aos poucos ajustanto seu roteiro que tudo vai se encaixando. De acordo com a quantidade atrações que você quer explorar em cada cidade, separe a quantidade de dias que você pretende passar no local. Nosso roteiro foi: Pequim – Zhangye – Xian – Zhangjiajie – Guilin – Shanghai. Vou montar um post detalhando cada cidade nos próximos dias.

Reservas de Passagens e Hospedagem

Após separar as cidades e a quantidade de dias, vamos às reservas. Primeiro, pense em como ir de uma cidade à outra. Você tem a opção de ir de trem e/ou avião. Os voos domésticos na China não chegam a ser caros; quanto antes você comprar mais barato. No caso dos trens, o preço das passagens varia de acordo com a classe do vagão, tipo de assento e se ele é de alta velocidade ou não. Confira as diferenças de assentos e trens aqui no site Seat61. Procure comprar com antecedência, pois os assentos esgotam fácil em certos trechos. 

No roteiro que fizemos, optamos pegar alguns voos e trens que levariam no máximo 6h até o destino, mesmo que isso significasse pagar um pouco a mais para pegar trens de alta velocidade para não perder tempo (afinal 18 ou mais horas em um trem é tempo pra caramba, né?)

Sobre as passagens Brasil / China / Brasil: fique atento às promoções no site Passagens Imperdíveis. Há pouco tempo, vi no Instagram deles ida e volta a partir de R$2.160 que é um valor excelente, considerando que você está indo para o outro lado do mundo. O site da Air China oferece preços bons, dependendo do dia da semana que você quiser ir, é só ter paciência de procurar um pouco. A Decolar oferece a possibilidade de comprar as passagens e parcelar em até 6x. Sempre faça as pesquisas de passagens com a aba do seu navegador no modo anônimo. Isso dá uma diferença nos preços sim!

Nós compramos todas as passagens de trem no site Travel China Guide e as passagens aéreas para dentro da China no site China Travel Depot (opções alternativas: Ctrip e eLong) . Não tivemos nenhum problema com nenhum dos sites. As passagens aéreas são enviadas por e-mail. As passagens de trem devem ser coletadas nas estações de trem da China. Se você retirar na estação de trem em que você vai embarcar, não há taxas para retirada. É possível retirar o ticket em qualquer outra estação pela taxa de 10¥. É muito importante chegar com pelo menos 1h30 antes da partida do trem, pois às vezes acontece de demorar para pegar o ticket na bilheteria, depois tem fila pro raio-x e a maior parte das estações são enormes. Até encontrar a plataforma talvez você já tenha perdido o trem.

É preciso deste número de confirmação e do seu passaporte para retirar a passagem na estação de trem. Procure pelo “ticket office” e, para não perder tempo, tenha as informações em chinês!

Hospedagem: no geral, hospedagem na China é bem barato. Vamos dizer que em média, você vai gastar entre R$20 e R$30 nas cidades menores e entre R$40 e R$70 nas cidades maiores (aqui chutando alto o valor) por dia em hostel. Vou passar os detalhes dos lugares onde ficamos conforme saírem os posts de cada cidade. Fizemos a reserva de todos no Booking.com e no Hostel World.

Visto

Com todo o roteiro pronto, hora do visto. Sim, primeiro o roteiro e depois o visto. O consulado pede o seguinte para tirar o visto:

  • Passaporte: precisa ter validade de pelo menos 6 meses e uma folha em branco para o colar o visto;
  • Uma foto 3×4 recente com fundo branco;
  • Cópia da passagem aérea de ida e volta;
  • Roteiro da Viagem;
  • Reserva de hospedagem;
  • Declaração da empresa comprovando que você trabalha aqui no Brasil. Deve conter data de admissão e cargo. Se você tiver uma empresa, leve uma cópia do contrato social.
  • Formulário de solicitação de visto preenchido. Você pode baixar aqui no site da embaixada ou pegar o formulário lá no consulado e preencher à mão na hora.

Não é necessário agendar entrevista: o atendimento é realizado por ordem de chegada. É sempre bom levar comprovantes de que você tem dinheiro para viajar como extrato bancário, informe de rendimentos etc. Deixe tudo bem organizado porque o funcionário do consulado confere todas as informações, principalmente se as datas do roteiro que você anexou estão batendo com as reservas do hotel. No dia que fomos tirar o visto uma amiga nossa não conseguiu ir ao consulado conosco e, como algumas reservas estavam no nome dela, a funcionária disse que deveríamos voltar depois os quatro juntos ou então trazer uma declaração assinada por ela dizendo que iria viajar com a gente, além da cópia primeira página do passaporte. Perdemos o maior tempo atrás disso mas deu tudo certo.Eles recolhem os documentos e dão um papel para você retirar o passaporte com o visto em 4 dias úteis. A taxa é de R$100,00 para o visto de turismo de uma entrada e deve ser feito um depósito em dinheiro na conta do consulado, no banco HSBC, diretamente no caixa. No dia que for retirar o passaporte no consulado, leve o comprovante do depósito junto. O visto é válido por 3 meses após a emissão.

Lembre-se bem da regra de uma ou mais entradas: se você ficar só na China, o visto é de uma entrada. Se você entrar na China e for a outro país ou uma das ilhas: Hong Kong, Macau ou Taiwan e voltar à China, será necessário o visto de duas entradas. Sempre tenha em mente que a administração das ilhas é diferente da administração da China. Falando nisso, brasileiros não precisam de visto para Hong Kong, Macau e Taiwan, podendo ficar até 90 dias a turismo.

Reservas, passagens e visto em mãos? Agora prepare a mochila:

Kit básico de sobrevivência na China:

  • SEMPRE tenha impresso o nome das estações / aeroportos / endereços de hostel / pontos turísticos escritos em chinês e inglês. Se precisar pegar ônibus, peça ao recepcionista do hostel escrever em chinês o nome do ônibus e do lugar que você quer descer, assim facilita pedir informações às pessoas na rua e ao próprio motorista do ônibus.
  • Papel higiênico (é raro encontrar um banheiro público que tenha papel higiênico);
  • Lenços umedecidos e spray para nariz – vai por mim: tem lugar que o clima é muito seco ou que a poluição paira no ar. Lenços para limpar o rosto ou as mãos e spray para umedecer as narinas podem ser muitos úteis;
  • Álcool em gel – também é raro encontrar sabão nos banheiros, então é bom ter o álcool para higienizar as mãos;
  • Remédios – sempre leve remédios para dor de cabeça, diarreia, alergia, dor de estômago, cólicas, vômitos etc;
  • Seguro viagem – não li em nenhum lugar que é obrigatório para entrar na China, mas é sempre bom ter um seguro viagem caso você fique doente.

Prepare-se psicologicamente!

  • Trânsito caótico: não existe direção defensiva na China, apenas ofensiva. Pegar um táxi é uma aventura sem igual. Eles sentam o pé do acelerador e jogam o carro na pista sem se importar se há um carro vindo ou não. Metem a mão na buzina em vez de dar a seta. Isso significa muita adrenalina para o pedestre também: os carros não param quando o sinal está fechado. Isso significa que você tem que ser vida loka e atravessar correndo na pista do jeito que der e salve-se quem puder!
  • Banheiros: a grande maioria dos banheiros na China tem aquelas privadas que a bacia fica no chão. Mulheres vão sofrer mais com essa. E os chineses não se incomodam se o banheiro não tiver porta: dão aquela agachadinha e fazem o serviço na frente de quem quiser ver.
  • Filas: chineses não respeitam filas. Se estiver a um dedo de distância da pessoa que está na sua frente, eles simplesmente furam a fila com a maior cara lisa, como se nada estivesse acontecendo. Assim, seja mal educado mesmo e não deixe ninguém entrar na sua frente senão você vai demorar muito tempo pra fazer o que precisa.
  • Manias irritantes: Se alguém esbarrar em você não fique assustado pensando que querem te roubar. Passando um tempo lá percebemos que isso é totalmente cultural. Mesmo que haja muito espaço em volta, parece que eles curtem atropelar os outros. Além disso, chineses amam escarrar o tempo inteiro; alguns peidam perto de você como se fazer isso na frente dos outros fosse a coisa mais natural do mundo. Não estão nem aí.
  • Você será a sensação do lugar: como já avisei antes: muitos vão te encarar, dar oi, tentar puxar conversa ou pedir para tirar fotos pelo simples fato de ser ocidental. Aproveite seus minutos de fama!
  • Compras: te deram um preço X pelo produto? Barganhe! Chineses amam negociar o preço com você. Se for necessário, simplesmente diga que é muito caro, vire as costas e saia andando. Na maioria das vezes, o vendedor vai gritar pra você voltar e aceitar o preço menor. Geralmente conseguimos as coisas por até um terço do preço inicial.
  • Cigarro: Podemos dizer que a grande maioria dos homens chineses fumam. O cigarro deles tem um cheiro muito mais forte que os daqui e eles fumam em tudo quanto é lugar. As leis chinesas antifumo não são tão eficientes quanto as daqui. Pode se preparar pois seu cabelo e suas roupas vão ficar com esse cheiro impregnado sim.
  • Chás e noodles: Nas estações de trem, dentro dos trens e nos aeroportos há água quente de graça para que as pessoas possam preparar chá e macarrão instantâneo. É bem comum cada um andar com sua garrafinha e preparar o chá na hora pra levar na viagem, ou comer aquele miojão esperto. Faça isso pelo menos uma vez para ter essa experiência do estilo de vida chinês. Os temperos são diferentes dos nossos, geralmente um pouco mais apimentados.
  • Pão: as padarias que fomos tinham apenas pães doces. Até os que as atendentes diziam ser salgados porque tinham algo de frango ou de porco, também eram adocicados de alguma forma. Só nos hostels que ofereciam café da manhã era possível encontrar torradas ou pão de forma.

Chinesas pedindo para “tilar foto” junto com meu amigo

Tudo pronto? Vamos à primeira parada.
No próximo post, Pequim!