Amsterdam

Muitos pensam que só há bagunça. Apesar de ser conhecida como uma cidade onde tudo é permitido, Amsterdam no geral é uma cidade tranquila. A “Veneza do Norte”, como também é conhecida por causa dos diversos canais que cortam a cidade, algumas vezes me passava a impressão de que eu não estava em uma capital.

Não podemos negar que a cidade atrai muitos jovens europeus e do resto do mundo à procura do que é legalmente permitido lá, principalmente a maconha. Mas não fique com medo de andar em Amsterdam por causa disso. Só é permitido consumir a droga em lugares específicos chamados de “Coffee Shop”. Nos 4 dias que fiquei na cidade não vi nenhum doidão perturbando os demais turistas. Ao que tudo indica, nos próximos meses a Holanda não permitirá mais a venda da droga para estrangeiros.

A arquitetura das casas que beiram os canais no centro histórico encantam a todos. Um dos principais meios de transporte da cidade é a bicicleta – há um lugar com mais de 2.000 bicicletas estacionadas, só para ter uma idéia. Fora todas as outras que ficam presas em postes pelas ruas. Aliás, tome um certo cuidado ao andar pelas ruas de Amsterdam: quem usa bicicleta anda a milhão. Se você pretende alugar uma bicicleta para andar por lá, tome cuidado também. Os holandeses se incomodam quando um turista de bicicleta empaca o caminho deles (palavras do meu amigo que mora lá).

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Canais de Amsterdam

Com atrações para todas as idades, não custa caro passar alguns dias em Amsterdam. Vale a pena colocar esta cidade em seu roteiro e conhecer um pouco da cultura holandesa.

Não se preocupe com a comunicação – o inglês é uma segunda língua. Não conversei com ninguém que não falasse fluentemente inglês. E olha que as pessoas em Amsterdam gostam de conversar.

Em Amsterdam

O trajeto Berlim – Amsterdam também levou em média 10 horas. Esta foi minha terceira e última longa viagem de trem, em outro City Night Line da DB Bahn, pior do que o primeiro. Cabine para 6 pessoas, sem ar condicionado e sem a cortina da porta de vidro, o que fez com que a luz ficasse a noite toda bem na minha cara.

O trem parou na Amsterdam Centraal, que também possui conexão com as linhas de metrô. Para visitar o centro histórico de Amsterdam você talvez não utilize muito o metrô, já que é tudo muito próximo e dá pra fazer a pé. Mas caso queira, além de algumas estações de metrô próximas, há muitas linhas de “trams” (bondes) que cobrem toda a cidade.

Na rua em frente à saída principal da estação, você encontrará um posto da rede Tours & Tickets. Comprei um bilhete válido por 72h em toda a rede de transporte público. O atendente me explicou que no caso deste passe eu teria que adquirir algum outro produto, sozinho não poderia comprar. Aproveitei e comprei a entrada para o Heineken Experience (saiu 1 euro mais barato que no local).

Observações:

  • Mesmo se comprar o bilhete de metro/tram/ônibus válido para apenas uma viagem, guarde com você pois geralmente é necessário validar na saída.
  • Há um visor nos trams e ônibus que mostram o nome da próxima parada.

Você pode considerar a idéia de pegar um I Amsterdam Card. Além de válido no transporte público, ele serve de passe em alguns pontos turísticos. Também dá desconto em outras entradas. Defina primeiro os pontos que você deseja visitar, calcule quanto vai gastar e veja se vale a pena adquirir o Card.

O Hotel

Localizado no centro de Amsterdam, o Hotel Aspen te deixa próximo a diversos pontos turísticos. De lá eu fiz quase tudo a pé.

O preço do hotel é barato, mas ele não oferece nada. Na recepção (que não é 24h, você fica com a chave da porta principal), eles vendem água e refrigerante apenas. Não há elevador. A escada não é nada fácil de subir, mas vi o mesmo estilo de escada em outros prédios de Amsterdam, deve ser característica da arquitetura deles.

Para chegar ao hotel a partir da estação de trem, basta pegar o bonde 13 ou 17 e descer na parada Westermarkt.

Para qualquer lado que você vá a partir do hotel há restaurantes e supermercados. Fica próximo a um shopping e à praça Dam, uma das principais da cidade.

Onde Ir

A primeira coisa que eu fiz após deixar a mala no hotel foi ir ao Heineken Experience. Fui a pé mesmo, passando pelas belas construções à beira dos canais de Amsterdam. Você conhece a história da Heineken, aprende como é feita a cerveja (pode até degustá-la nos seus estágios iniciais) e tem direito a 2 copos no bar que fica ao final da visita. O museu é bem interativo, você não vai se arrepender de fazer este passeio.

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Voltando em direção ao centro, parei novamente próximo à estação Amsterdam Centraal e comprei um ticket para fazer o 100 Highlights Cruise. O passeio pelos canais de Amsterdam tem duração aproximada de uma hora e custa €13,00. Existem diversos outros tipos de cruzeiro, com variados preços. Mais informações no site da rede Tours & Tickets ou aqui http://www.hir.nl/en/highlights-cruise.

No outro dia fiz uma caminhada partindo do Westermarkt, que fica em frente ao hotel. Atrás dele fica a Casa de Anne Frank (vá cedo, a fila está sempre grande). Seguindo pela Raadhuisstraat, você chegará ao Koninklijk Paleis, palácio que de vez em quando ainda é utilizado pela família real. Ao lado fica a Nieuwe Kerk e a praça Dam. Daqui, é fácil de chegar em diversos outros pontos turísticos, todos próximos:

  • Oude Kerk
  • Nieuwmarkt
  • Zuiderkerk
  • Amsterdams Historisch Museum – Exposições que contam a história da cidade e galerias de arte.
  • Begijnhof – Há muito tempo, foi construído para ser moradia de umas mulheres católicas que viviam como freiras. Reza a lenda que hoje moram mulheres solteiras neste local.
  • Rembrandtplein – Charmosos cafés e destaque à casa que Rembrandt viveu, onde hoje é um museu.
  • Waterlooplein – Me chamou atenção pela feira de antiguidades que rolava na praça. Nela encontramos também o Muziektheater.
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Apresentação de dança na praça Dam

Aqui peguei o metrô e segui até a estação ArenA. Encontrei um amigo que me levou até o Amsterdam ArenA, onde joga o Ajax. O estádio é aberto a visitas monitoradas por €15,00. Em frente a ele encontra-se o Heineken Hall, famosa casa de shows.

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Amsterdam Arena

Também conheci o bairro Bijlmermeer, mais conhecido como Bijlmer. Este local é um mix de culturas, porém a maior parte dos moradores são de origem africana. Há um bom centro de compras e uma feira típica deles. As moradias são chamadas de “Guetos”, mas se não me dissessem não perceberia. É tudo bem organizado. Pra mim era um bairro de classe média.

Voltando ao centro já à noite, fomos jantar no restaurante italiano Vapiano. Além de excelente é barato e a vista é muito bonita. Fica no prédio de uma biblioteca chamada Openbare Bibliotheek Amsterdam. Você pode subir até o último andar da biblioteca para ter uma vista legal de Amsterdam. Pena que cheguei tarde demais pra isso. Fica também próximo ao Nemo, o museu de ciência e tecnologia.

Leidseplein (retirado de erickaannunciato.wordpress.com)

Leidseplein (retirado de erickaannunciato.wordpress.com)

Após a janta, mais uma caminhada por Amsterdam, mais bonita ainda à noite até a Leidseplein. Em volta desta animada praça há diversos restaurantes e bares. Foi aqui que descobri pra que servem umas cabines que ficam espalhadas por algumas ruas: para fazer xixi. Sério, as pessoas vão lá e fazem xixi. Na rua.

Terceiro dia, caminhei do Hotel até a Museumplein (Praça dos Museus). Aqui há 4 locais importantes:

  • Rijksmuseum
  • Van Gogh Museum
  • Stedelijk Museum
  • Concertgebouw

Rijksmuseum é imenso e você precisará de muito tempo para a visita. Não entrei no Stedelijk nem no Concertgebouw, mas valeu ver por fora. O Van Gogh Museum foi um dos museus que eu mais gostei durante a viagem. É seguida uma cronologia das obras, com a história do pintor escrita nas paredes. É interessante acompanhar com o áudio-guia oferecido pelo museu.

 

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Museumplein com o Rijksmuseum ao fundo

Próximo da Museumplein está o Vondelpark. Se você ainda tiver tempo e pernas, vá!

Walibi World

Estava em meus planos passar um dia no Walibi World, um parque de diversões que fica em uma cidade próxima a Amsterdam. Infelizmente não consegui ir, mas muita gente em Amsterdam falou bem do parque.

Se você estiver disposto, é fácil chegar até lá. Em Amsterdam Centraal, pegue um trem até Harderwijk . Chegando na estação, você verá as placas para o “Walibi Express”, um ônibus que vai da estação até o parque.

Mais da Cultura Holandesa

Os moinhos são praticamente os cartões postais da Holanda. Próximo a Amsterdam, existe um lugar que você pode conhecer a essência da cultura holandesa:  Zaanse Schans.

Além de visitar um complexo de museus numa paisagem calma e deslumbrante, ali você pode comprar produtos alimentícios típicos como queijos, chocolates e mostardas, ver como são feitos os tamancos holandeses e subir em moinhos. Nas lojas e restaurantes é comum a atendente estar em trajes típicos. Aproveite as degustações!

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Você pode procurar outros lugares para visitar em Amsterdam no site I Amsterdam.

Continuando a viagem, próxima parada é Bruxelas.

Berlim

Ao contrário do que eu imaginava, Berlim é uma cidade bem moderna. Pouca coisa da época da guerra ficou para mostrar todo o peso que esta cidade teve no cenário histórico mundial. Diria apenas fragmentos, mas que marcam o suficiente numa visita a Berlim.

Vendo Berlim de cima, percebi como o crescimento é organizado. Na verdade tudo é organizado e limpo. As pessoas (também ao contrário do que eu imaginava), são bem prestativas e simpáticas. Mesmo que você peça informação a uma pessoa que não fala inglês, ela vai tentar ajudar. O que mais me impressionou em Berlim é que apesar de ser capital de um dos países mais ricos da Europa, os preços no geral são bem acessíveis: hotéis, alimentação, roupas muito mais baratas em relação à Itália.

Assim como Munique, Berlim conta com os sistemas S-Bahn e U-Bahn de metrô. Eu contei 25 linhas nos dois sistemas e na época que eu fui, obras estavam sendo realizadas para ampliação das linhas. Como já havia comentado, às vezes para fazer conexão de uma estação U-Bahn para S-Bahn é necessário sair da estação e atravessar uma rua, ou caminhar pouca coisa. Há muitos ônibus e trams também, o que torna a locomoção por Berlim simples.

Outro método de conhecer Berlim é fazer os roteiros de bicicleta. Há muitos quilômetros de ciclovia na cidade. Li um artigo na revista Planeta que talvez possa interessar a quem curte andar de bicicleta:

http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/466/artigo226032-1.htm

De Munique a Berlim

Foram mais 10 horas em um trem City Night Line da DB Bahn. Ao menos este era confortável. As poltronas reclinavam bastante, eram espaçosas, tinham apoio para os pés. Lembre-se de como ler o seu bilhete de trem:

  • “Hauptbahnhof ” ou “Hbf” significa estação central;
  • “Gleis” ou “Gl.” é o número da plataforma;
  • “Wagen” ou “Wg” é o número do vagão;
  • “Platz” ou “Pl.” é o número do seu assento;
  • “Gang” se refere ao assento do corredor
  • “Fenster” se refere ao assento da janela.

Em Berlim

Desci na estação Berlim Hauptbahnhof. Há várias placas indicando a direção do posto de informações turísticas. Lá eu peguei o mapa do metrô e comprei o Berlin Welcome Card. O preço varia de acordo com a quantidade de dias que você pretende ficar. Inclui um guia da cidade, vouchers de descontos em pontos turísticos e um bilhete que você utiliza em toda a rede de transporte público. Eu comprei o que valia por 48h e paguei €16,90. Se você quiser o que vale por 48h em Berlim e Postdam, o valor é um pouco maior. Aqui no site do Berlin Welcome Card você encontra informações sobre os lugares a visitar em Berlim e como funciona os descontos pelo Card.

A estação Berlim Hauptbahnhof (Central) é atendida por diversas linhas de metrô. Eu desci até a escada rolante, e para minha surpresa, já estava na plataforma do metrô. Não, o metrô de Berlim não possui catracas. Mas não se engane, quem não tem o bilhete de metrô compra (há máquinas de autoatendimento nas plataformas para comprar o bilhete). Provavelmente em alguns momentos aleatórios fiscais devem passar para verificar se você está com um bilhete válido. Não vi isso acontecer nenhuma vez em Berlim, mas em Madrid (que possui catracas) os fiscais entram com os seguranças para verificar seu bilhete.

É necessário validar o bilhete de metrô, inclusive o ticket que vem com o Welcome Card. As 48h são contadas a partir da data e hora impressa nele.

Outra coisa curiosa sobre o metrô de Berlim: você vai ver algumas placas nas plataformas do metrô que falam sobre o sentido “Ring” (anel). São linhas que percorrem as estações do centro de Berlim numa forma circular. A linha S41 vai no sentido horário e S42 no sentido anti-horário.

O Hotel

Em Berlim eu fiquei no Hotel Pension Kima. Fica em um prédio bem antigo (fiquei com medo do elevador), mas a diária é barata e o café da manhã é bom. No geral, não é lá essas coisas, mas pelo preço valeu. O melhor é a localização: no bairro de Charlottenburg e quase na esquina da avenida Kurfürstendamm, a principal avenida de Berlim. Apesar de ficar numa localização nobre, há diversos restaurantes nesta avenida com preços razoáveis. As principais lojas de grife ficam no entorno. Para chegar até lá, basta descer na estação Adenauerplatz.

O Roteiro

Por causa da minha ansiedade, o primeiro lugar que resolvi ir foi no Muro de Berlim (Berliner Mauer). O que sobrou do muro virou uma galeria de arte. O pouco mais de um quilômetro de muro que sobrou foi coberto por grafite. Para chegar lá de metrô, basta descer na estação Ostbahnhof e descer a Straße der Pariser Kommune até a Mühlenstraße, onde você já estará de cara com a “East Side Gallery” do Muro.

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Derrubando o Muro de Berlim

De lá, peguei o metrô e fui até a estação Alexanderplatz. Próximo a esta bela praça está o Fernsehturm (uma torre de televisão de Berlim) e a Marienkirche (uma igreja bem antiga). Você pode ir ao topo do Fernsehturm para uma vista panorâmica da cidade, cortada pelo rio Spree. Com o Welcome Card o valor da entrada ficou em €8,20. 

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Fernsehturm

Andando um pouco a partir da Alexanderplatz, encontramos à beira do rio Spree o Nikolaiviertel (Quarteirão de São Nicolau). Neste local se concentravam diversas casas antigas, que foram destruídas na segunda guerra. Foram feitas réplicas de alguns prédios antigos após a reconstrução. Aqui você encontra passeios de barco pelo rio Spree.

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Passeio de Barco no Rio Spree

Do Nikolaiviertel você consegue avistar o Berliner Dom, uma famosa catedral protestante. Continuando a caminhada, começa uma das ruas mais famosas de Berlim, a Unter der Linden. Caminhei esta rua inteira, passando por vários museus e lugares históricos, como o Altes Museum, o Neue Wache, a Bebelplatz (praça onde Hitler mandava queimar livros), dentre outros.

No final da caminhada, cheguei a um dos pontos mais visitados, símbolo e cartão postal de Berlim: o Portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor). Atrás dele à direita está o Reichstag, na Praça da República, prédio onde fica o parlamento alemão. Seguindo em frente, você pode ir fazer uma caminhada no Tiergarten, o maior parque de Berlim. Indo à esquerda do Portão de Brandemburgo você chega na Postdamer Platz,  um grande centro econômico e comercial de Berlim que vale a pena uma visita. Nos três pontos turísticos há estações de metrô.

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Minha foto maravilhosa do cartão postal de Berlim – Portão de Brandemburgo

Caminhei de volta até a Friedrichstraße, onde comi um joelho de porco sensacional com salada e chucrutes por €6,00 (e aqui no Jucalemão custa R$60,00). Depois continuei em frente até chegar ao Checkpoint Charlie, que funcionava bem mais como uma fronteira, uma divisão na cidade entre a parte oriental e ocidental. Há dois museus próximos: Haus am Checkpoint Charlie e o Jüdisches Museum. Para chegar lá de metrô, desça na estação Köchstraße.

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Checkpoint Charlie

Minha próxima parada era o Schloss Charlottenburg, um palácio de verão construído em 1699. O palácio mostra a história e muitas obras de arte. A caminhada entre a estação Richard-Wagner-Platz e o palácio é bem legal – você passa por um jardim/parque muito bonito.

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Schloss Charlotenburg

Outros pontos que podem interessar:

  • Kulturforum;
  • Pergamonmuseum;
  • Zoologischer Garten;
  • Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche;
  • Sammlung Berggruen.
(Lógico que esses nomes em alemão tive que pesquisar no Google, língua complicada!)

Aqui finalizou meu passeio de 2 dias em Berlim. Saber de um pouco do que não só esta cidade passou há algumas décadas e ver como ela é hoje deixa uma admiração em relação à sua recuperação, sua volta por cima. Com certeza recomendo Berlim e pretendo voltar quando puder.

E lá ia eu novamente pegar outro City Night Line zoado (pior que o primeiro) para Amsterdam D: